Honre e respeite sua história – Credere

Honre e respeite sua história

“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.” Há quem diga que esta preciosidade foi escrita por Clarice Lispector, mas alguns atribuem a Mário Quintana. Independentemente de quem a assina, o que vale é o convite a não julgar e a valorizar quem é. Traduz muito bem o quanto devemos honrar e respeitar a própria história, deixando a do outro para que ele respeite e honre. Somos fruto dos aprendizados que colecionamos ao longo do tempo. As experiências são como o treino para os atletas, pois ampliam a noção das coisas, melhoram a capacidade de decisão e calibram a coragem para novos avanços.

Daí a importância de não perder tanto tempo olhando para o quintal do outro, onde ali só vemos o que ele quer mostrar. E cá entre nós: não é diferente com a gente! Tornamos visível aquilo que queremos que os outros vejam, admirem e aplaudam. Cuidamos de guardar bem escondidinho aquilo que classificamos como “mais ou menos”. Fazemos como nas novas tecnologias. Para não ocupar muito espaço no HD do computador, salvamos aquilo que não queremos deixar exposto lá no “Dropbox” (nosso ambiente virtual acessado apenas com login e senha).

O problema não está em esconder-se, mas esquecer que ocultamos coisas que poderiam ser melhoradas e nos tornar mais completos, íntegros e felizes. Mas, como na vida tudo ocorre do jeito certo, podemos até esconder um sentimento, ignorar uma mágoa ou fingir alegria quando a tristeza dói a ponto de nos fazer respirar como em soluços, porém uma hora vamos nos deparar com a necessidade de limpar a casa e liberar espaço para coisas novas.

Não precisamos estar velhinhos para isso. Podemos começar hoje a melhorar a sintonia com as boas oportunidades e a admirar a própria história, valorizando a colheita do que foi plantado. Desejar o que o outro tem, administrar o que o outro faz, idolatrar o que o outro conquista nos tira o foco do próprio caminho. Como não temos o poder de mudar as pessoas, nem exigir que nos amem como queremos, aprendi que há algo que nos é poderoso: a capacidade de cuidar de si mesmo, assumir o comando de seu tempo e sonhos, permitindo-se ser dono dos seus sapatos, das tristezas, dúvidas e alegrias. Só assim, seremos capazes de amar e respeitar a própria história, dedicando todo tempo possível ao nosso processo de ser uma pessoa melhor.13